segunda-feira, 29 de novembro de 2010

INVESTIMENTOS: COMO ANALISAR A RENTABILIDADE



Para avaliar o grau de rentabilidade de um investimento é preciso fazer a relação entre o valor em reais obtido, o valor investido e o tempo que durou o investimento. Por exemplo, um investimento de R$ 100 que gerou R$ 7 de rentabilidade em um ano, tem rentabilidade de 7% ao ano. Essa é a chamada rentabilidade nominal e não é a mais importante para avaliar adequadamente o investimento. Para melhor análise é preciso saber a rentabilidade real que é a rentabilidade nominal descontada a inflação do período (consulte o texto sobre índices de inflação). No exemplo anterior, caso a inflação em um ano seja de 5%, a rentabilidade real será aproximadamente 2%. A rentabilidade real , portanto, representa o aumento de poder de consumo do dinheiro.

Vamos explicar com mais detalhes, tomando ainda o exemplo anterior.

No exemplo citado, os R$ 7 de ganho nominal proporcionados pelo investimento não representam aumento do poder de compra, pois R$ 5 (inflação de 5%) refere-se apenas à reposição do valor que o dinheiro perdeu. É mais ou menos o seguinte: com R$ 100 comprava-se um determinado produto há um ano atrás e agora o mesmo produto custa R$ 105. Logo, se usar o dinheiro que foi aplicado por um ano mais o rendimento, no caso R$ 107, para comprar o produto, ainda sobram R$ 2 que é o ganho real.

É muito importante a análise da rentabilidade real em qualquer investimento e para isso é preciso escolher um índice de inflação adequado para fazer a comparação entre o ganho e a inflação.

Não se iluda com a rentabilidade nominal, analise a inflação do período de investimento para apurar o ganho real que é o que realmente importa.

INVESTIMENTOS: RENTABILIDADE E RISCO



Poupando dinheiro as pessoas podem investir no mercado financeiro, através de aplicações em bancos e outras instituições, ou montar algum negócio como comércio, indústria ou prestação de serviços, isto é, tornar-se empreendedor. Há aquelas pessoas que juntam uma quantidade de dinheiro com objetivo de montar um negócio, assim como há aquelas que mesmo tendo o dinheiro e não precisando dele no curto e médio prazos, preferem aplicar no mercado financeiro. O que determina entre essas duas escolhas? Normalmente duas variáveis, o risco e a rentabilidade.

Em se tratando de investimentos, risco é a possibilidade do ganho esperado não acontecer, enquanto rentabilidade é a quantidade de dinheiro obtida acima do valor que foi investido, sendo fruto do investimento. Voltando à questão anterior, no geral investir no mercado financeiro tem menor risco que montar um negócio. Por isso, muitas pessoas que não querem correr risco preferem deixar o dinheiro aplicado no banco do que empreender, mesmo sabendo que as chances de dar certo podem ser grandes. Para montar o negócio a pessoa precisa, além do dinheiro, ter disposição para assumir o risco envolvido. Por ter risco maior que a aplicação no banco, a rentabilidade esperada pelo empreendedor é muito maior que a obtida na aplicação financeira. Daí pode-se deduzir que quanto maior for o risco, maior será a rentabilidade desejada por quem vai investir. Quem quer correr menos risco, aceita uma rentabilidade menor.

Esses dois conceitos são os mais importantes para decidir sobre onde investir. Mesmo no mercado financeiro há aplicações de menor e maior risco. No momento de escolher investir, a pessoa não deve se iludir somente com a rentabilidade gerada no passado por determinado investimento, seja ele investimento financeiro ou empreendimento. É essencial avaliar o nível de risco que está disposta a assumir. Se desejar maior rentabilidade terá que aceitar maior risco, se não estiver disposta a aceitar maior risco, terá que aceitar uma rentabilidade menor.


domingo, 28 de novembro de 2010

MEDINDO A INFLAÇÃO: ÍNDICES IPCA e INPC



Dois importantes índices de inflação no Brasil são o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo e o INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Ambos são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE.

O IPCA é o índice oficial de inflação utilizado pelo governo. No ano de 1999 o Brasil adotou um sistema de metas de inflação como forma do governo manter a inflação equilibrada. O índice escolhido para medir e controlar o cumprimento da meta foi o IPCA. A meta de inflação para 2010 e 2011 é 4,5%, com margem de 2% para mais ou para menos, o que significa que o governo vai trabalhar no sentido de que o IPCA fique entre 2,5% e 6,5% em cada um desses anos. O 4,5% é chamado centro da meta.

O IPCA é calculado com objetivo de medir o aumento médio de preço dos produtos consumidos pelas famílias que ganham de um a quarenta salários mínimos. O índice mede a variação de preços de produtos de alimentação, transportes e comunicação, despesas pessoais, vestuário, habitação, saúde e cuidados pessoais, artigos de residência. Esse é um índice muito importante para os brasileiros, pois toda vez que ele ameaça subir, o Banco Central aumenta os juros (leia o texto sobre a taxa básica de juros) e o aumento dos juros torna os empréstimos e compras a prazo mais caros.

O INPC é o índice utilizado pelos sindicatos das categorias profissionais para negociação dos aumentos de salários. É calculado para medir o aumento médio de preço dos produtos consumidos pelas famílias que ganham de um a seis salários mínimos. Para seu cálculo o IBGE mede a variação de preços de itens de alimentação, despesas pessoais, vestuário, habitação, transportes e comunicação, artigos de residência, saúde e cuidados pessoais.

Abaixo segue o valor desses índices dos últimos cinco anos:


2005

2006

2007

2008

2009

IPCA

5,68%

3,14%

4,45%

5,90%

4,31%

INPC

5,04%

2,81%

5,15%

6,48%

4,11%

Veja que os índices ficam bem próximos, apesar de ter metodologias diferentes de apuração. O controle da inflação foi uma das grandes conquistas do país, pois no final dos anos 80 e início dos anos 90, a inflação esteve em nível muito elevado e foram vários planos adotados por diversos governos para seu controle, entretanto, sem solução. O Plano Real, implantado em 1994, obteve conseguiu êxito no equilíbrio dos preços.

O QUE É A INFLAÇÃO?


A inflação é a perda de valor do dinheiro. Como o dinheiro serve para ser trocado por produtos e serviços, quando uma quantidade de dinheiro não é mais suficiente para comprar o mesmo produto que comprava antes, o dinheiro perdeu valor. Suponha que um par de sapatos custa R$ 100 em determinado momento. Agora suponha que após um ano o mesmo par de sapatos só pode ser comprado com R$ 110. O sapato não teve nenhuma alteração, é formado pelo mesmo material e tem as mesmas características, pode até ser o mesmo sapato de antes que a loja não conseguiu vender. Nesse caso, quem perdeu valor foi o dinheiro em relação ao sapato, já que é preciso uma quantidade maior de dinheiro para comprá-lo. Assim pode acontecer com qualquer outro produto ou serviço.

Medir a inflação não é tarefa fácil, pois a quantidade de produtos e serviços existentes é muito grande e é impossível fazer a medição de aumento de preços de cada um deles. Mas como é importante medi-la, os economistas criaram os chamados índices de inflação. O índice de inflação é um número que representa o aumento médio de preços de um conjunto de produtos em determinado período de tempo. Se um índice de inflação for de 5% em um ano, por exemplo, significa que o conjunto de produtos que fazem parte do índice teve aumento médio de preço de 5% no respectivo ano.

Para calcular o valor do índice, os produtos dentro dele podem ter pesos diferentes. Hipoteticamente, imagine um índice de inflação composto por laranja, maçã, banana, abacaxi e melancia. Nesse índice a melancia vai ter um peso de 60% e as demais frutas terão pesos iguais, cada uma 10%. Isso significa que a melancia vale mais para o índice do que as demais frutas. Para encontrar o índice é preciso saber a variação dos preços de cada uma das frutas em determinado período e depois calcular a média de aumento, levando em consideração o peso que cada fruta tem no mesmo. Como a melancia representa 60% , um aumento pequeno no preço dela vai fazer com que o índice aumente mais do que se o mesmo aumento de preço acontecer nas demais frutas. Isso explica uma dúvida comum em muitas pessoas, especialmente as donas de casa quanto vão às compras: “como é que o governo diz que inflação está baixa, se o preço de produto tal aumentou demais?” Esse questionamento faz sentido e é justificado pela forma como o índice é calculado. No exemplo do índice hipotético das frutas, um dos produtos com menor peso no índice pode ter um grande aumento de preço, mas se o preço da melancia não aumentar ou até diminuir, o aumento médio pode ser muito pequeno, o que causa essa distorção onde se tem um produto que aumenta muito o preço e esse aumento causa pouco impacto no índice de inflação. Se um produto não fizer parte do índice, seu aumento não vai impactá-lo. Exemplo: se um carro de luxo (desses comprados por milionários) aumentar por exemplo 200% não terá impacto nenhum nos índices de inflação no Brasil, pois esse tipo de produto não faz parte de nenhum índice de inflação.

No próximo texto, será comentado sobre dois importantes índices de inflação no Brasil.


Quem sou eu

Graduado em Administração, especialização em Gestão Pública. Bancário e professor no curso de Administração. Certificado como analista de investimentos do mercado de capitais (CNPI), analista registrado na APIMEC-Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais. Certificado em investimentos financeiros na modalidade CPA20 pela ANBIMA-Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais. Cursos de aperfeiçoamento - pela FGV-Fundação Getúlio Vargas:Mercado de Ações a Vista, Finanças Empresariais, Consultoria em Investimentos Financeiros, Gestão de Crédito e Risco, Balanced Scorecard, Gestão de Tesouraria, Finanças Internacionais e Política Macroeconômica, Fundamentos de Economia Internacional; pelo IBMEC-Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais: Matemática Financeira e Instrumentos e Operações do Mercado Financeiro; pela FIPECAFI-Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras: Avaliação de Empresas. Vários anos dedicados ao estudo dos temas Mercado Financeiro e Finanças.Já ministrou várias turmas das disciplinas Administração Financeira e Orçamentária I e II nos cursos de Administração e Ciências Contábeis.

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