sexta-feira, 22 de outubro de 2010

TAXA BÁSICA DE JUROS OU TA XA SELIC

Nos dias 19 e 20.10.2010 ocorreu mais uma reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil para definição da taxa básica de juros do país. A taxa não foi alterada mantendo-se em 10,75% ao ano até a próxima reunião. Mas o que essa taxa tem a ver com vida de cada um de nós? Tem muito a ver. Ela é quem direciona todas as demais taxas de empréstimos, financiamentos, crediário no comércio e aplicações financeiras. Por isso é chamada taxa básica de juros da economia.

A taxa básica de juros é a taxa que o governo federal paga quando toma dinheiro emprestado aqui no país. Como a necessidade de dinheiro do governo é muito grande, ele toma dinheiro emprestado a vários bancos e outras instituições do mercado financeiro, através da emissão dos chamados títulos públicos. Títulos públicos são “documentos” em que constam as condições da dívida assumida pelo governo, como: valor, prazo de vencimento, juros e outros. Como o governo consegue interferir nos demais juros?

O governo possui uma dívida muito alta. Para se ter uma idéia, em agosto/2010 a dívida pública do Brasil estava em torno de 1 trilhão e 600 bilhões de reais! Nenhuma pessoa ou empresa no país deve tanto. Ao longo do ano essa dívida vai vencendo e precisa ser paga. Entretanto, o governo não tem condições de liquidar a dívida, pois a quantidade de impostos arrecadada está quase totalmente comprometida com as despesas normais do governo. Resta então “jogar” a dívida para data futura. O governo emite novos títulos públicos, com data de vencimento mais adiante, consegue dinheiro para pagamento da dívida que está vencendo e a nova dívida fica para data futura. A dívida é “empurrada com a barriga”, o que na linguagem econômica denomina-se rolagem da dívida pública. Esse processo de rolagem da dívida pública é comum em qualquer país com dívida.

Voltando aos juros. Lembrando que os juros representam o preço do dinheiro, vamos fazer a seguinte comparação: imagine que uma cidade possui uma indústria de laticínios e essa indústria é especialista na produção de queijos. Na cidade há vários pecuaristas que produzem leite e podem vender esse leite tanto à indústria quanto às pessoas para consumo. A indústria necessita de uma grande quantidade de leite e, portanto, tem o poder de determinar o preço do leite nessa cidade. Assim sendo, o preço do leite é estabelecido pela indústria de laticínios devido ao seu poder sobre os produtores de leite. De forma semelhante pode ser explicado o comportamento do governo na definição dos juros. Como o governo precisa de muito dinheiro para fazer a rolagem da dívida, é ele quem determina o preço do dinheiro, que são os juros, através do COPOM (lembrando que é um comitê do Banco Central).

Quando o Banco Central aumenta a taxa de juros, os bancos preferirão emprestar para o governo a emprestar para as pessoas e empresas, pois o risco é menor, uma vez que o governo procura sempre pagar no prazo. Nessa situação o dinheiro fica mais escasso e as pessoas terão mais dificuldade para conseguir crédito e comprar a prazo, assim como o governo vai pagar mais juros. Se a taxa baixa, emprestar para o governo passa a ser menos interessante e os bancos procurarão emprestar mais para as pessoas e empresas, o dinheiro fica mais barato, pois está mais abundante, e a facilidade para conseguir empréstimos e compras a prazo aumenta. O governo pagará menos juros.

Mas por que o nome taxa Selic? Selic significa Serviço Especial de Liquidação e Custódia e é um sistema do Banco Central que registra todas as operações que envolvem os títulos públicos. Quando o governo emite novos títulos públicos para rolagem da dívida, por exemplo, esses títulos são registrados no Selic. Como a taxa básica é a taxa paga pelo governo quando emite os títulos, ela passou a ser “apelidada” de taxa Selic.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Planejar é estabelecer objetivos e elaborar planos com as ações que permitam alcançá-los. O planejamento financeiro constitui o estabelecimento de objetivos de curto e longo prazo envolvendo o uso do dinheiro e as ações a realizar no sentido de alcançar esses objetivos. Assim, o primeiro elemento de um planejamento financeiro é a definição de objetivos.

O planejamento financeiro faz-se necessário porque há diversas alternativas a escolher para uso do dinheiro. Dessa forma é preciso fazer escolhas entre aquelas alternativas que levam e as que não levam ao alcance dos objetivos. A escolha deve ser por aquelas que conduzem aos objetivos definidos, ou do contrário, o planejamento perde seu sentido.

Em termos de prazo os objetivos financeiros mais imediatos são chamados de objetos de curto prazo. Eles envolvem normalmente a utilização do dinheiro em elementos ligados à própria sobrevivência, como os gastos com alimentação, moradia, vestuário, saúde, educação, transporte, etc. Os objetivos de longo prazo devem ser pensados quando as necessidades mais imediatas estiverem satisfeitas. Dentre esses objetivos pode-se citar: a compra da casa própria, compra de um veículo, realização de uma viagem, educação dos filhos, aposentadoria, dentre outros.

Um elemento muito importante para o estabelecimento dos objetivos financeiros diz respeito ao fato de que eles necessitam ser viáveis, isto é, estar dentro da capacidade financeira da pessoa. Por exemplo: imagine um jovem que acaba de ingressar no mercado de trabalho e estabelece como objetivo conseguir juntar uma reserva financeira que garanta sua sobrevivência após cinco anos de trabalho. Esse objetivo é incompatível, por mais elevada que seja sua renda, pois uma reserva financeira para garantir a aposentadoria leva anos para ser formada.

Muitas pessoas enfrentam dificuldades com o dinheiro, não por ter renda pequena, mas por falta de planejamento no uso do dinheiro. Além da definição dos objetivos, no planejamento financeiro deve-se trabalhar sempre com prioridades, e à medida que os objetivos mais imediatos sejam alcançados, os esforços podem ser direcionados para outros objetivos.

A IMPORTÂNCIA DO CRÉDITO


A palavra crédito quer dizer confiança. No mundo das finanças, o crédito representa uma quantia de dinheiro que alguém confia a outra pessoa. Quando um comerciante vende uma mercadoria a prazo ele está concedendo crédito, pois entrega a mercadoria e não recebe de imediato o pagamento. Na prática está concedendo um empréstimo a quem comprou a mercadoria.

A forma mais tradicional de conseguir crédito é através dos bancos. Os bancos pegam dinheiro emprestado de quem não vai gastar por determinado período (aqueles que têm poupança positiva) e empresta a quem tem uma necessidade de consumo superior à sua renda (os que têm poupança negativa). Esse processo é chamado intermediação financeira.

O crédito é um elemento muito importante para financiar o consumo das pessoas e financiar as atividades de produção das empresas. Em razão disso, o governo tem uma preocupação muito grande com o normal funcionamento do crédito na economia. Para se ter uma idéia da relevância do crédito, o primeiro efeito da Crise Econômica Mundial nos Estados Unidos, país onde ela surgiu, foi a falta de crédito. A falta de crédito fez com que o consumo de lá caísse, as empresas passaram a produzir menos, gerando desemprego e queda de renda das pessoas.

O crédito por si só não garante o crescimento da economia, mas ele é o grande combustível para estimular o consumo das pessoas, o nível de produção das empresas e, por conseqüência, o aumento da produção.

O crédito usado com cuidado pode ser um grande aliado das pessoas na aquisição dos bens e serviços para satisfação de suas necessidades. Por outro lado, quando mal usado, pode se tornar um grande inimigo.


A FUNÇÃO DOS BANCOS

Os bancos são os principais tipos de empresas que fazem parte do chamado sistema financeiro. O sistema financeiro representa um conjunto de instituições que tem por finalidade principal um processo chamado intermediação financeira. A intermediação financeira representa a ligação entre quem tem poupança positiva (renda maior que consumo) e aqueles que tem poupança negativa (renda menor que consumo). Quem tem poupança positiva geralmente guarda suas reservas em bancos. Os bancos utilizam esse dinheiro e emprestam para aqueles que estão com poupança negativa. A maior parte do dinheiro emprestado pelos bancos, portanto, é de propriedade de seus depositantes que confiaram a eles sua guarda.

A intermediação financeira é essencial para o desenvolvimento da economia do país, pois permite que as pessoas possam comprar para pagar com renda futura, através do crédito adquirido junto aos bancos. Sem ela a venda de muitos produtos de preços mais elevados estaria dificultada pela falta ou pouca existência de crédito. Com o aumento das vendas, as indústrias podem produzir mais, o comércio vender mais, gerando mais empregos, recolhendo mais impostos e permitindo levar mais renda a outras pessoas.

Os bancos também financiam a indústria e o comércio. Quando as empresas não possuem dinheiro suficiente para compra de matérias-primas, no caso da indústria, ou de mercadorias no caso do comércio, os bancos podem fornecer empréstimos que facilitam essas compras e assim as empresas podem realizar suas atividades normalmente.

Em qualquer país desenvolvido, o primeiro segmento da economia que se desenvolve é o sistema financeiro. Ter bancos fortes e confiáveis à população permite que o dinheiro circule adequadamente entre as pessoas e empresas contribuindo para o crescimento da produção de bens e serviços. Muitos especialistas dizem que o Brasil sofreu menor efeito da crise econômica mundial porque o governo adotou medidas para permitir que os bancos não diminuíssem o nível de empréstimos no país.

Apesar dos vários outros serviços atualmente prestados pelos bancos, a intermediação financeira ainda é sua função básica.

Quem sou eu

Graduado em Administração, especialização em Gestão Pública. Bancário e professor no curso de Administração. Certificado como analista de investimentos do mercado de capitais (CNPI), analista registrado na APIMEC-Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais. Certificado em investimentos financeiros na modalidade CPA20 pela ANBIMA-Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais. Cursos de aperfeiçoamento - pela FGV-Fundação Getúlio Vargas:Mercado de Ações a Vista, Finanças Empresariais, Consultoria em Investimentos Financeiros, Gestão de Crédito e Risco, Balanced Scorecard, Gestão de Tesouraria, Finanças Internacionais e Política Macroeconômica, Fundamentos de Economia Internacional; pelo IBMEC-Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais: Matemática Financeira e Instrumentos e Operações do Mercado Financeiro; pela FIPECAFI-Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras: Avaliação de Empresas. Vários anos dedicados ao estudo dos temas Mercado Financeiro e Finanças.Já ministrou várias turmas das disciplinas Administração Financeira e Orçamentária I e II nos cursos de Administração e Ciências Contábeis.

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